Os pecuaristas mato-grossenses devem confinar menos animais este ano. É o que aponta o primeiro levantamento das extensões de confinamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária – IMEA. A pesquisa indica que 529,91 mil bovinos devem ser terminados no cocho, 36,75% a menos que o total confinado no ano passado. Um dos motivos é a grande insegurança do produtor, tendo em vista que os custos de produção estão cada vez maiores e a surpresa no final do ano de 2021 com os embargos da China.
O gerente de relações institucionais da Associação dos Criadores de Mato Grosso – Acrimat, Nilton Mesquita Junior, explicou sobre os principais fatores dessa redução. “Essa pesquisa tem mostrado muito do que é a realidade do que o confinadouro passa no estado de Mato Grosso. São situações de muito risco. Temos visto valores exorbitantes. E isso mostra que os que confinam até 5 mil cabeças, estão mais preocupados ainda porque é aquele pecuarista que faz a conta na ponta do lápis. A incerteza vem na compra dos insumos e na venda dos animais, no valor da arroba”, afirma.
Além disso, Nilton comentou sobre o tripé básico do confinamento. “É reposição, nutrição e venda de animais. Se em um desses tripés você tem dificuldade para trabalhar, você cada vez mais vai procurar ter menos riscos. E o risco aumentou muito. Nestas situações, os produtores que fazem o hedge, ele fecha o valor da arroba e consegue trabalhar os seus custos. Dos últimos anos, acho que este é o recorde de pessoas que já vão se preparar, está em torno de 35%, se tornando uma ferramenta de uso do produtor”, diz.